Pais na
adolescência:
A adolescência é
um período de transição, de mudança visível, permeada por grandes
desenvolvimentos físicos, cognitivos, subjetivos e sociais na vida de um ser
humano. Se por um lado a adolescência é época de experimentação, com exercício
da sexualidade, o nascimento das primeiras paixões e dos ideais solidários, políticos,
intelectuais e criativos, é também uma etapa crítica do desenvolvimento pautada
pela vulnerabilidade emocional e exposições a situação de risco. Embora haja
vários estudos e pesquisas a respeito da gravidez na adolescência, a questão
normalmente só é tratada sob o ponto de vista da mãe. Quando
se fala de meninos que vão ser pais, a posição se inverte. As meninas, quando possuem
afeto dos seus familiares, terão seus filhos, mesmo sem a presença do pai biológico,
os avos maternos assumem a educação e sustento da criança. Já os pais dos
adolescentes meninos, querem “livrar” seu filhinho da situação em que ele criou,
oferecendo dinheiro para o aborto ou assumindo o sustento da criança,
esquecendo que o afeto deve ser imprescindível. O pai, numa idéia
sociológica, é a figura que sai de casa para buscar o sustento, estando
dissociada da afetividade. No entanto, a figura paterna biológica neste caso deve
ter outra conotação: a de dar todo apoio afetivo a mãe e a criança que está
chegando, mas como este pai ainda é simplesmente um adolescente se descobrindo,
experimentando, buscando, ele é incapaz de assumir o sustento e a afetividade a
sua parceira, haja vista que este pai também está a procura do seu EU. Muitos
abandonam os estudos para assumir seu papel de pai e provedor, mesmo assim,
tornam-se dependentes de seus familiares, que sofrem profundas modificações no
seu dia-a-dia para acolher o novo casal. Vários são as preocupações e decepções
destes jovens em formação.
A gestação não planejada destrói seu mundo interior, trazendo
conflitos, quebrando expectativas e sonhos, abrindo espaço para discussões,
acusações, culpas e cobranças. Então, o que fazer para amenizar este embate?
Sabemos que a situação é
preocupante e depende de uma ação em conjunto de órgão público como a saúde,
promoção social, educação para que ocorra uma mudança significativa. No entanto,
o papel da família é de suma importância na educação e formação de valores e na
afetividade deste adolescente. O reordenamento das atitudes e das relações
afetivas intrafamiliares se tornam possíveis, mais tarde, ele estabelece
limites e assume outras responsabilidades.
Nenhum comentário:
Postar um comentário