quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Pais Adolescentes

Pais na adolescência:


A adolescência é um período de transição, de mudança visível, permeada por grandes desenvolvimentos físicos, cognitivos, subjetivos e sociais na vida de um ser humano. Se por um lado a adolescência é época de experimentação, com exercício da sexualidade, o nascimento das primeiras paixões e dos ideais solidários, políticos, intelectuais e criativos, é também uma etapa crítica do desenvolvimento pautada pela vulnerabilidade emocional e exposições a situação de risco. Embora haja vários estudos e pesquisas a respeito da gravidez na adolescência, a questão normalmente só é tratada sob o ponto de vista da mãe. Quando se fala de meninos que vão ser pais, a posição se inverte. As meninas, quando possuem afeto dos seus familiares, terão seus filhos, mesmo sem a presença do pai biológico, os avos maternos assumem a educação e sustento da criança. Já os pais dos adolescentes meninos, querem “livrar” seu filhinho da situação em que ele criou, oferecendo dinheiro para o aborto ou assumindo o sustento da criança, esquecendo que o afeto deve ser imprescindível. O pai, numa idéia sociológica, é a figura que sai de casa para buscar o sustento, estando dissociada da afetividade. No entanto, a figura paterna biológica neste caso deve ter outra conotação: a de dar todo apoio afetivo a mãe e a criança que está chegando, mas como este pai ainda é simplesmente um adolescente se descobrindo, experimentando, buscando, ele é incapaz de assumir o sustento e a afetividade a sua parceira, haja vista que este pai também está a procura do seu EU. Muitos abandonam os estudos para assumir seu papel de pai e provedor, mesmo assim, tornam-se dependentes de seus familiares, que sofrem profundas modificações no seu dia-a-dia para acolher o novo casal. Vários são as preocupações e decepções destes jovens em formação. A gestação não planejada destrói seu mundo interior, trazendo conflitos, quebrando expectativas e sonhos, abrindo espaço para discussões, acusações, culpas e cobranças. Então, o que fazer para amenizar este embate?  

Sabemos que a situação é preocupante e depende de uma ação em conjunto de órgão público como a saúde, promoção social, educação para que ocorra uma mudança significativa. No entanto, o papel da família é de suma importância na educação e formação de valores e na afetividade deste adolescente. O reordenamento das atitudes e das relações afetivas intrafamiliares se tornam possíveis, mais tarde, ele estabelece limites e assume outras responsabilidades.

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